E daí se vai pra onde?

As pessoas fingem entender quase por pena.Não fica assim,mais foi tão pouco tempo,ele só ficou uma semana,se não foi nada serio,se já foi sem nem ter sido.

Então o que? nem eu sei.Só sei do meu mau humor que já dura uma semana,e da falta de graça que tudo me traz,do coração pulsando de dor,dizendo que sente falta e pronto.

Eu sinto falta de acordar com uma mensagem no celular dizendo que tudo vai dar certo.E do seu jeito de acabar com toda a minha dramatização pelos problemas tão pequenos.De me encantar vendo você fazer uma daquelas bobagens,que mais cabem a um menino de 12 anos. E sorrir mesmo estando numa fila gigantesca embaixo daqueles 45 graus de Salvador. Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada.O amor é simples como sorrir numa droga de fila.Como ouvir uma canção.Como sorrir com a felicidade do outro.O amor nos faz melhor.

É não se sentir mais sozinho,nem cansado,e nem esperando,e nem desesperado,e nem morrendo,e nem com tanto medo.

Eu sinto falta de querer conhecer gente nova em festas,só pra depois te contar e rir com você de como elas eram estranhas.E de perceber o susto no olhar dos amigos que reconheciam em mim traços tão fortes de você.

Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar.A ficar inquieta e a me cansar com qualquer papo que não fosse monossilábico.E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.

Quando alguém não entende o meu amor, eu lembro daquele dia que tudo parecia cinza,e você trouxe flores,cores,poesias,palhaçadas,sorrisos,musica,e cantou,começou bem baixinho,e a cada reclamação minha soltava uma besteira qualquer.E você me abraçou na chuva,no meio de um parque e me prometeu que nada iria separar.Você me protegeu quando eu te devia proteção.

E naquele momento eu pensei que poderíamos ser infinitos se fossemos música. E isso explica tudo, mas ninguém entende. Você entende. Mas cadê você?

E quando vai dando tarde da noite,principalmente nos fins de semana,horário em que a gente se procurava,pra falar tanta besteira,rir de nada,chorar por tudo...nessas horas eu vou me sentindo tão sozinha.Quando vai chegando esse horário, eu nem sei. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo.

E daí se vai pra onde?

Chayenne Guerreiro