“Salvador: terra de paz e alegria”. É o que dizem.
Mas o que está por trás do que aparece na TV? De toda aquela festa, alegria, música, carnaval?
Assim como todos os outros lugares do mundo, a cidade do trio elétrico também tem o lado que todos preferiam apagar e esconder.
A cada dia que passa ficamos perplexos com tantos casos de violência por aqui. São assaltos, seqüestros, estupros, mortes, todos dignos de um filme de serial killer.
Dizem que se foi o tempo em que se podia caminhar tranquilamente pela cidade à noite, mas não, o que foi embora foi o tempo em que se podia caminhar tranquilamente pela cidade. Sair já é um risco! Uma simples ida à padaria já se torna um pesadelo para muitos.
A polícia trabalha, prende os criminosos, mas sempre surgem mais. O que acontece, se na verdade a prisão deveria restabelecer o sujeito, diminuindo assim a violência? Ficar trancado anos numa pequena sela, com mais de 70 pessoas, sem higiene, sem dormir direito, sem atividades, não faz com que as pessoas queiram mudar e passar a levar uma vida diferente. Faz com que eles se revoltem ainda mais com essa sociedade imunda que cria os criminosos para depois puni-los.
Cria sim, pois invés de educação, saúde e lazer, dá a eles fome, sofrimento, doença e descaso. Os faz marginalizados, ao mesmo tempo em que são atacados por propagandas que dizem que para ser feliz é preciso ter isso e aquilo. Como seria estar vivendo como um ser invisível, vendo as pessoas passarem sem nem mesmo as olharem, sem nem se importarem? Seria amor e simpatia que surgiria neles, ou ódio, inveja, indignação e revolta?
A solução não seria criar mais cadeias, ou gastar mais com os criminosos. A solução é gastar o nosso dinheiro com o que todos nós temos o direito de ter na vida. Saúde, educação... Respeito! Talvez assim, dando a todas as pessoas, o que a declaração universal dos direitos humanos diz que temos direito, as coisas poderiam ser um tanto diferentes.
A violência ainda existiria, já que o ser humano é um ser imperfeito cheio de vícios e manias, cheio de pecados, mas seria em uma proporção bem menor, ainda seríamos livres e não estaríamos presos em nossas casas enquanto os que causam dor e sofrimento à nossa sociedade têm liberdade, fazendo o que bem entendem pela nossa cidade, transformando as nossas vidas em um verdadeiro filme de suspense onde estamos sempre alertas esperando pra ver quem será a próxima vítima.
Jéssica Trabuco
Twitter das autoras do blog: Jel e Chay
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