Sobre sorrisos,ondas e escritores.





Faltam vinte pra meia noite e eu estou sentada pensando sobre o menino que me impede involuntariamente de atender uma ligação de um outro menino,só que esse se apaixonou quando me viu pela primeira vez,e o outro,o que me impede de atender a ligação,esse não esta nem ao meu lado,esse nunca fez nem uma ligação,e eu me pego pensando nessa minha mania de querer sempre o mais difícil,mais complicado.

Me faço um lembrete mental pra não escrever sobre esse dois meninos.Desde que aquele carinha da fila do banco me disse que eu sentia demais,que eu escrevia demais, comecei a me policiar em relação aos textos.

Tento me concentrar nos minutos que faltam para o ano acabar,pra 2010 ir embora,mas o menino que nem ao menos sabe que o seu sorriso se transformou em obra de admiração me desconcentra o tempo todo.

Sentir menos,escrever menos ainda,repito pra mim.

Ai eu me lembro do primeiro livro que eu li:Margarida l'roque.Era um livro de 300 págs com partes em latim e eu o li quando tinha apenas 8 anos,e talvez por isso tenha absorvido parte das características da personagem principal:coragem,paixão,e determinação.

Volta a minha memória a briga absurda aqui em casa quando eu contei que iria prestar vestibular pra Jornalismo,e quando me disseram que eu nunca iria conseguir.
Eu me escrevi no vestibular e passei em 1º lugar,abrir uma poupança e comprei um calendário.
Ou quando falei a minha prima que queria ser escritora e ela me disse que eu daria uma ótima funcionaria publica.

Mas não,eu daria uma péssima funcionaria publica,eu trabalho com o sentir,com a paixão,o amor,a dor ,e a felicidade.Nunca me encaixaria atrás de uma mesa organizando papeis,eu estou com os pés no oceano do outro lado do mundo,escrevendo sobre como tudo parece mais fácil quando a água dos mares já não é tão gelada.

BUM,BUM,BUM,já é meia noite e uma e os fogos estão explodindo.E eu me encontro completamente apaixonada pela minha parte escritora que enxerga agora como o namorado segura a mão da sua amada enquanto ela pula as sete ondinhas e pede pra que ela faça um pedido.

E eu faço um lembrete para escrever sobre isso:as ondas,os pedidos e o amor.
O céu esta todo colorido,chegou a minha vez e das sete ondinhas,repito o mesmo pedido:não quero nunca deixar de escrever sobre como é sentir.
Aproveito e faço uma promessa: um dia eu vou escrever sobre esse menino e o seu sorriso indefinido.Sobre o menino que nem sabe dessa vontade absurda de escrever sobre o formato dos seus risos.


Chayenne Guerreiro

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A principal motivação ao criar esse blog...(foi) a necessidade de falar, alguma coisa,qualquer coisa, mas não se calar jamais diante das grandes injustiças cometidas em toda parte do globo...
Que comece aqui...e que não tenha fim.